Hormonização e a saúde íntima: Confira alguns tipos de alterações hormonais

Quando falamos em hormonização, estamos nos referindo a intervenções médicas destinadas a corrigir desequilíbrios hormonais que afetam nossa saúde íntima. Essas alterações podem ser causadas por fatores naturais, como a gravidez e a menopausa, ou ainda por tratamentos que envolvem o uso de contraceptivos hormonais e testosterona. Esses desequilíbrios podem favorecer o crescimento excessivo de bactérias, impactando diretamente a saúde vaginal. A seguir, apresentamos algumas dessas alterações hormonais e seus efeitos.

Gravidez

Durante a gravidez, há um aumento significativo nos níveis de estrogênio e progesterona, hormônios essenciais para sustentar a gestação. Esses hormônios afetam a saúde vaginal de várias maneiras[1]:

  • estrogênio aumenta a produção de secreções vaginais, o que pode alterar o pH vaginal, tornando-o menos ácido.
  • progesterona, que tem um efeito imuno-supressor, também pode enfraquecer a resposta do sistema imunológico local, tornando a mulher mais vulnerável a infecções.

Menopausa

menopausa é uma fase natural da vida em que ocorre a queda significativa nos níveis de estrogênio. Esse declínio hormonal tem um grande impacto na saúde íntima[2]:

  • A diminuição do estrogênio compromete a acidez da vagina, tornando-a mais suscetível ao crescimento de micro-organismos. 
  • Para mulheres na menopausa[3] que utilizam terapia de reposição hormonal (TRH), o restabelecimento dos níveis de estrogênio pode ajudar a diminuir alguns desses efeitos, mas também pode alterar o equilíbrio da microbiota vaginal (o conjunto de micro-organismos que habitam a vagina) 

     

Testosterona em Pessoas Trans

Para pessoas trans com vagina, o uso de testosterona como parte da terapia hormonal tem efeitos profundos no corpo, incluindo na saúde íntima. O uso de testosterona pode causar alterações significativas na saúde vaginal[4]:

  • testosterona promove o aumento de pelos corporais, o aprofundamento da voz e, entre outras mudanças, pode causar a diminuição da produção de muco vaginal e o ressecamento vaginal. Isso pode tornar a pessoa mais suscetível a irritações, desconforto e até infecções.
  • A terapia com testosterona pode diminuir o tamanho do útero e alterar a flora vaginal, alterando o equilíbrio entre as bactérias benéficas e patogênicas.
  • Em termos de infecções, o ambiente vaginal mais seco e o desequilíbrio na microbiota podem favorecer a proliferação de fungos, como a Candida, além de outras infecções bacterianas.

Cada uma dessas intervenções hormonais altera a saúde íntima e desregula o PH vaginal, afetando a microbiota e aumentando a suscetibilidade.

 

Efeitos Colaterais da hormonização em pessoas trans: como lidar com a libido, calvície e irritabilidade

Além das alterações no pH vaginal, a terapia hormonal pode causar outros efeitos colaterais, como:

Libido

A hormonização por uso de testosterona aumenta o desejo sexual mas equilibrá-lo depende de diversos fatores, como a dose da medicação e a resposta ao tratamento. Para equilibrar a libido, é importante conversar com o médico e buscar outras formas de estimular o prazer, como a prática de atividades físicas e o fortalecimento da relação com o parceiro.

Calvície

A queda de cabelo é um efeito colateral comum da terapia hormonal, especialmente em mulheres ou pessoas com vagina com predisposição genética. Embora não haja uma cura definitiva para a calvície, existem tratamentos tópicos e orais que podem ajudar a controlar a queda e estimular o crescimento capilar.

Irritabilidade

As mudanças hormonais podem causar alterações de humor, como irritabilidade, ansiedade e depressão. Para lidar com esses sintomas, é importante praticar atividades relaxantes, como yoga e meditação, e buscar apoio psicológico, se necessário.

Alterações na Aparência da Vulva e Lubrificação

O uso de terapias hormonais com a testosterona pode causar mudanças na aparência da vulva, como o aumento do clitóris e a diminuição do tamanho dos lábios vaginais. Além disso, a testosterona pode reduzir a lubrificação vaginal natural, o que pode resultar em desconforto durante a relação sexual. Para lidar com isso, é recomendável o uso de lubrificantes à base de água, além de acompanhar o processo com o médico, que pode ajustar a dose de testosterona para minimizar esses efeitos.

 

Desregulação do pH Vaginal: O Que Acontece Durante a Hormonização?

Um ponto em comum entre todas essas alterações hormonais é que a vagina possui um pH naturalmente ácido, variando entre 3,8 e 4,2, o que ajuda a proteger contra infecções. No entanto, essas terapias hormonais podem interferir nesse equilíbrio delicado, tornando o ambiente vaginal mais suscetível à proliferação de bactérias e fungos. Essa desregulação do pH pode levar a infecções como a candidíase e em caso de uso de Testosterona a vaginose bacteriana apresenta maior probabilidade de desenvolvimento, causando sintomas como coceira, corrimento anormal e odor forte.

Para manter a saúde íntima durante a hormonização, é fundamental utilizar produtos de higiene pessoal específicos para a região íntima, que respeitem o pH vaginal. Além disso, é importante evitar duchas vaginais e o uso excessivo de sabonetes perfumados, que podem irritar a mucosa vaginal e piorar o quadro. 

O importante é confiar em seu corpo, manter bons hábitos de higiene. Se você perceber algo fora do comum, não se preocupe! Essas condições são mais comuns do que você imagina e, muitas vezes, podem ser facilmente tratadas.

 

 

Sinais de Alerta: Quando Procurar Tratamento para Infecções Vaginais

Se você está passando por hormonização e notar algum dos seguintes sintomas:

  • Coceira intensa na região vaginal
  • Corrimento com odor forte e alteração de cor
  • Ardência ao urinar
  • Vermelhidão e inchaço nos lábios vaginais
  • Dor durante a relação sexual

Esses sintomas podem indicar a presença de uma infecção vaginal. Por isso, é importante estar atento a eles. Confira também o nosso Quiz de Sintomas e aprenda a reconhecer as infecções mais comuns.

 

Candidíase: Gino-Canesten trata

Gino-Canesten® é um tratamento eficaz para diversas infecções vaginais, como a candidíase. Gino-Canesten® (clotrimazol) que age combatendo os fungos causadores da infecção e aliviando os sintomas com apenas uma aplicação. O medicamento está disponível em diferentes dosagens e formatos. O tratamento é composto por aplicadores convenientes e higiênicos já preenchidos com a dose certa. Há opções de tratamento que vão desde 1 dia, para mulheres e pessoas com vagina que têm uma vida mais agitada e buscam soluções rápidas, até mesmo os tratamentos de 3 a 6 dias.  Além disso, para um tratamento eficaz de vaginose bacteriana, o Gino-Canesten® Balance restaura o equilíbrio do pH vaginal, aliviando o odor desconfortável e o corrimento acinzentado causados pela vaginose. O tratamento é composto por aplicadores convenientes e higiênicos já preenchidos com a dose certa, se adaptando as suas necessidades e sem precisar de prescrição médica.

 

Cuide da Sua Saúde Íntima Durante a Hormonização

A hormonização pode trazer muitos benefícios para a saúde, mas é importante estar atenta aos possíveis efeitos colaterais, como as alterações na saúde íntima. Ao manter uma boa higiene, utilizar produtos adequados e procurar ajuda médica quando necessário, é possível minimizar os riscos de infecções e garantir uma melhor qualidade de vida durante o tratamento.

Quer saber mais sobre o assunto? Confira mais conteúdos como este em nosso site.


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[1] Latino-Am. Enfermagem set-out 2010;18 - Alteração de flora vaginal em gestantes de baixo risco. Disponível em <https://www.scielo.br/j/rlae/a/HyK8sTRGHcvTJTxPPyJfkhp/?lang=pt&format=pdf>

[2] Diagnostics 2023, Menopausal Changes in the Microbiome. Disponível em <https://www.mdpi.com/2075-4418/13/6/1193>

[3] Coordenação Técnica e Científico do Conselho Federal de Farmácia (CFF). Informações sobre terapia hormonal. Disponível em < https://site.cff.org.br/noticia/noticias-do-cff/17/04/2024/informacoes-sobre-terapia-hormonal

[4] DE PAULA, M. P. et al. CRFMG. O uso da hormonização em pessoas trans. Disponível em  <https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC5182227/>